Fernando Souza, professor e palestrante de Negócios Digitais, explica como a Web 3.0, marcada pelo uso de ambientes imersivos, exige uma adaptação por parte dos profissionais da educação e do Marketing
Desde o início da era industrial, a tecnologia modificou a forma como o ser humano organiza a sua vida. Com uma capacidade maior de produção nas fábricas, as pessoas migraram para trabalhar nas cidades, que, até hoje, apresentam um crescimento contínuo. A partir disso, consolidou-se também um formato tradicional de escola, em que vários estudantes estão reunidos na sala de aula, atentos à fala de um professor.
Com os recentes avanços do meio digital, esse modelo de educação tende a deixar de atender às necessidades contemporâneas. Para acompanhar as novidades da Web 3.0 e do Metaverso, as escolas precisam adotar ferramentas tecnológicas e imersivas, bem como estratégias de marketing coerentes com essa nova fase.
A internet e suas camadas evolutivas
Após o nascimento da tecnologia digital, a internet permitiu que o mundo estivesse conectado. Sobre essa evolução, é possível compreendê-la em três fases:
Web 1.0 - as pessoas passam a ter acesso à informação e à notícia em tempo real. Há a troca dos primeiros e-mails e é possível navegar por sites, mas a postagem de um conteúdo na web para um indivíduo comum é dificultada.
Web 2.0 - nessa fase, as pessoas passam a participar livremente da internet, podendo postar conteúdos próprios e a qualquer momento. Nascem os blogs e, pouco depois, as redes sociais. Com isso, surgem novas formas de socialização e mudanças comportamentais, dado que as mídias são importantes para a identificação da imagem de cada um. Além disso, nasceram novos elementos do cotidiano atual, como aplicativos de delivery e o ead (ensino a distância).
Web 3.0 - há uma descentralização das informações, com aplicativos destinados para funções extremamente específicas e criptomoedas, por exemplo, dando mais poder ao ser humano quanto aos seus próprios dados. O Metaverso é um grande destaque desse novo momento, possibilitando experiências imersivas.
“Em vez de entrar em um site para fazer compras online, você vai, por meio da realidade aumentada, realmente andar pelo espaço e vivenciar isso. O mesmo vale para exposições, palestras e galerias de arte, por exemplo”, diz Fernando Souza, autor do livro Metaverso e Web 3.0. Ele aponta que, nessa nova onda, as pessoas passarão mais tempo em ambientes imersivos do que no celular.
“Assim como aconteceu com os celulares, os óculos, que hoje são um ‘tijolão’, vão ser algo que poderemos usar na rua com tranquilidade. Temos que estar preparados para que, em 10 anos, haja uma mudança muito brusca. Essas mudanças vão acontecer consideravelmente na educação, na saúde e no entretenimento”, completa Souza.
Mudanças na educação
O setor educacional precisa estar ciente que o Metaverso e a Web 3.0 são fases já iniciadas. Sendo assim, por mais que a novidade possa assustar, é essencial experimentar novas possibilidades desde já, adaptando os seus produtos e serviços para o público-alvo. A porta de entrada para esse universo é gratuita e, inclusive, os mais velhos podem aprender só de observar a nova geração ou de aumentar o contato com a tecnologia.
“Hoje, as principais experiências de Metaverso são gamificadas, como no Fortnite e Roblox. Esse jovem, de 12 ou 13 anos, que já passa um tempo considerável conectado, quando for escolher uma faculdade, irá optar por algo que já faz parte do dia a dia dele. O gestor educacional precisa estar de olho nisso”, afirma Fernando Souza.
Noção de comunidade
As mudanças geradas pela Web 3.0 serão marcantes no meio profissional, junto a uma crescente do home office, com as telas dos computadores substituídas pelos óculos de realidade virtual. Nesse novo cenário, não deve haver uma preocupação tão grande quanto às trocas interpessoais, já que, ao contrário dos celulares, que facilmente isolam os indivíduos, as pessoas costumam interagir bastante nas experiências imersivas, sendo muito comuns as atividades em grupo.
Atuação do Marketing
Quando o assunto é tecnologia, as mudanças são rápidas e as empresas, no geral, precisam acompanhar esse movimento, para que não percam oportunidades no mercado. Atualmente, a maioria das organizações já destina uma grande verba para o Marketing Digital e, em breve, deve incluir o Metamarketing.
“O Marketing pode gerar maior exposição da marca dentro dos ambientes imersivos. Uma coisa legal do Metaverso é que une o melhor do digital e do offline. No ambiente imersivo, as pessoas olham ruas, prédios, cidades e as fachadas, conforme andam”, diz Souza. Com isso, as estratégias comerciais são infinitas, podendo criar outdoors, brindes e bilhetes premiados naquela realidade virtual, por exemplo.
Assim como as empresas, as instituições de ensino precisam alcançar um bom balanço financeiro. Por meio do Marketing, elas conseguem estar presentes no cotidiano dos estudantes e suas famílias, fortalecendo as suas marcas e, assim, alcançando mais indivíduos interessados em seus cursos.
Fernando Souza discutirá o tema “O Metaverso e o futuro do Marketing” no GEduc 2023.
O GEduc é o maior Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS, empresa que desenvolve capacitações para gestores de universidades e escolas, o evento reunirá mais de 60 palestrantes e conteúdos inovadores para discutir o tema “Os novos caminhos da educação – resultados PARA a instituição e PELO Brasil”. Serão três dias – de 29 a 31/03 – de imersão às novidades e tendências da área educacional. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link.
コメント