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“Se não pode medir, não pode gerenciar (melhorar)”

O presente texto tem por objetivo apresentar uma breve reflexão sobre alguns elementos da relação de causa e efeito acerca da gestão por meio de dados e indicadores e a alta performance.


É importante destacar que alta performance aqui refere-se a uma série de ações intencionais que, organizadas sistematicamente, melhoram uma determinada atividade. Desejamos trazer ao nosso ambiente escolar, uma busca por melhoria de qualidade que se origina no aprimoramento da aula e das aprendizagens dos estudantes. E por meio dessa estrutura basal (a aula) haverá a melhoria de todos os demais subsistemas da gestão, como captação, retenção e, por consequência, equilíbrio e sustentabilidade do negócio.


A escola é um lugar no qual a avaliação é um pilar dos fazeres docentes e processos pedagógicos. Provas, atividades avaliativas diversas, lição de casa, avaliação docente, pesquisa de satisfação etc. são instrumentos super conhecidos no ambiente escolar. O mais estranho é que embora a escola avalie constantemente, em um bom número de casos, as informações/dados não são objeto de trabalho pedagógico. Avaliamos os alunos a cada bimestre/trimestre e essa avaliação não altera estratégias didáticas. Além disso, aqueles estudantes que não alcançaram a aprendizagem esperada seguem para os próximos conteúdos sem aprender os anteriores sob pretexto de que, na média, está tudo bem... podem progredir.


Educadores são avaliados em suas competências por meio de uma avaliação de desempenho e seus gaps mapeados não estão traduzidos e medidos em novas metas em seu Plano individual de Desenvolvimento (PDI).


Pesquisas de satisfação são preenchidas pela família, os problemas são mapeados e os retornos, não raras vezes, são genéricos a pretexto de que a comunicação daquele item apontado como ruim não foi bem conduzida, mas que foi feito, foi feito...


Esses e outros exemplos denotam que a cultura da gestão por meio de dados para melhorar a performance de qualquer processo escolar ainda não é uma realidade natural e usual no ambiente da escola.


Questões ligadas à priorização do operacional deixam as equipes reféns de um dia a dia insano de afazeres que roubam tempo do intencional, do estruturado e derrubam sobre os gestores toneladas de intuitivo, de improviso e de combate aos incêndios do cotidiano.


Dessa forma, é necessário incorporar conceitos, como realinhamento dos fazeres docentes às necessidades do estudante do século XXI, a busca da melhoria contínua, a inclusão de novas práticas escolares ancoradas às exigências do tempo presente, além da inovação com e sem tecnologias e assim por diante.


A gestão por indicadores tem sido um recurso utilíssimo na jornada em busca da melhoria dos processos para que as escolas alcancem a alta performance. Contudo, ressaltamos que a captação das informações talvez traga em si, uma importância equivalente à execução dos planos de ação que delas se originam. Uma informação ruim gerará um plano sem eficiência, sem impacto e a melhoria não virá. Destacamos, ainda, que a forma de captar a informação deverá estar associada a uma atividade já incorporada à cultura daquele fazer.


Boas e pertinentes informações geram bons planos de ação que, quando bem implantados e acompanhados, trarão a melhoria e todos os benefícios desejados aos estudantes, aos docentes e, portanto, à escola. A tão sonhada alta performance no ambiente escolar traz como condição de possibilidade a reunião de aspectos, como intencionalidade, critérios claros na captação da informação, planos tangíveis, processuais e mensuráveis. Além da incontestável disposição de enfrentar corajosamente e coletivamente os reais problemas e desafios do ambiente escolar.



Paulo Aquino, é Educador, especialista em Gestão Educacional e Diretor Corporativo de Educação da Rede Santa Catarina. Ele foi palestrante no XIV FÓRUM DE GESTÃO DE PESSOAS, durante o GEduc 2022.

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