Alguns recursos, como a marca sonora, são formas de atrair e engajar as pessoas, potencializando a presença de um produto ou empresa no imaginário coletivo
No concorrido cenário educacional do país, além de ter excelência no ensino, as escolas precisam se comunicar de maneira efetiva e direta com seus potenciais clientes para se destacarem no mercado.
Nesse contexto, o branding (gestão da marca) e o sound identity (identidade sonora) surgem como fortes aliados das instituições em suas ações de marketing, sobretudo por envolverem elementos relacionados às emoções das pessoas.
A gestão de marca diz respeito às estratégias de uma empresa ou instituição para torná-la mais conhecida de seu público-alvo, agregando valor e fazendo com que seja cada vez mais lembrada.
Em suas comunicações, por exemplo, a identidade e o posicionamento precisam caminhar juntos para fortalecer a marca e gerar uma imagem positiva. Isso contribui para o seu reconhecimento e reputação perante os consumidores e, consequentemente, a atração de novos clientes.
Já a identidade sonora se refere ao uso de som atrelado à uma marca ou empresa para atrair e engajar o público.
Interação com as marcas
Antonio Roberto, CEO e fundador do CODA Brand Voice, explica que a identidade sonora é um elemento de expressão da marca que sempre foi usado em formato de jingle pelas empresas.
Ele cita como exemplo jingles antigos e muito conhecidos, das décadas de 1960 e 1970, que marcaram a memória de toda uma geração: “Mappin, venha correndo Mappin...”, da famosa loja de departamento; “Não adianta bater, eu não deixo você entrar...”, das Casas Pernambucanas; e “Estrela Brasileira no céu azul iluminando de norte a sul...”, da companhia aérea Varig.
“Hoje, como os acessos às mensagens são feitos de forma imediata, online e em tempo real, e temos em nossas mãos smartphones que nos permitem ter uma interação com as marcas just in time, não faz mais sentido uma identidade visual estática como se estivéssemos vendo um jornal ou uma revista impressa”, considera.
Marca sonora
Roberto, que também é professor e consultor na área de branding, diz que a revolução tecnológica e o acesso à informação modificaram em muito as relações das pessoas com as marcas, e isso não ficou restrito ao mercado de consumo.
Segundo ele, com o aumento da oferta de instituições de ensino, as marcas desse segmento precisam se atualizar e falar a mesma língua dos jovens das gerações Z (nascidos entre 1995 e 2010) e Alpha (nascidos a partir de 2010), as primeiras gerações 100% digitais.
“Quando falamos de brand sensorial e a sua importância para as Instituições de ensino, estamos trabalhando com a expressão da marca utilizando os cinco sentidos, sendo o som um deles”, afirma.
Ele conta que o “tema da marca” ou “Leitmotiv” [tema ou ideia musical que aparece frequentemente em uma obra, segundo o compositor Richard Wagner] é uma forma de potencializar a presença da marca no imaginário coletivo.
“Quando ouvimos o tema da marca associado a outras expressões sensoriais e somando tudo isso ao storytelling, conseguimos fazer a marca chegar mais fundo no imaginário e, por que não dizer, no coração das pessoas?”, comenta.
Alguns fatores explicam esse poder do som para criar emoções e lembranças:
· Fiação cerebral: nossos cérebros estão programados para lembrar sons e associá-los a eventos ou experiências específicas.
· Identidade de áudio: o som dá à marca uma identidade sonora única, que pode, com o tempo, evoluir para uma marca registrada valiosa.
· Memória sensorial: a memória ecóica (auditiva) é a responsável por registrar informações auditivas (sons) específicas.
· Lobo temporal: é uma região localizada na superfície lateral de cada hemisfério cerebral e desempenha um papel central em várias funções cognitivas, incluindo audição, linguagem, emoção e memória.
· Sonic brand: estudos mostram que o som tem uma capacidade incrível de humanizar e unificar a presença das marcas nos muitos pontos de contato com o público.
· Logotom: a identidade sonora de uma marca inclui os diferentes elementos que a compõem, incluindo jingles, efeitos sonoros, dublagens e música de fundo. Exemplos populares disso são McDonald's ("I'm Lovin' It"), Apple (o som de inicialização dos computadores, Amazon (a voz de Alexa, a assistente interativa) e Microsoft (o som de inicialização do Windows).
“A marca sonora é uma ferramenta poderosa para criar uma imagem consistente e aumentar a lembrança da marca, aproveitando o poder da música e do som para evocar emoções e memórias”, finaliza o especialista.
Antonio Roberto falará sobre o tema “Conquistando corações e mentes: branding e sound identity como aliados para o sucesso das instituições” no GEduc 2024.
O GEduc é o maior Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS, empresa que desenvolve capacitações para gestores de universidades e escolas, o evento reunirá mais de 80 palestrantes e conteúdos inovadores para discutir o tema “Educação por essência: construindo trajetórias”. Serão três dias – de 03 a 05/04 – de imersão às novidades e tendências da área educacional. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link.
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