Segundo Maíra Habimorad, CEO da UTech School e comentarista da GloboNews, estudantes saem do Ensino Médio sem diversas características fundamentais para a nova etapa
Durante a formação escolar, principalmente no Ensino Médio, os estudantes começam a se preparar para o Ensino Superior. Depois que escolhem uma carreira, o próximo passo é pensar no mercado de trabalho. A questão é que, muitas vezes, mesmo depois de anos de dedicação, eles podem não estar preparados.
Segundo Maíra Habimorad, CEO da UTech School e comentarista da GloboNews, o problema é que existem defasagens entre as etapas do ensino, e certas habilidades que deveriam ser valorizadas são deixadas de lado. “São características que dão competência para ele trabalhar, produzir e gerar resultado nesse mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo”, diz a especialista.
Em primeiro lugar, ela menciona a importância da resiliência, no sentido de se deparar com um desafio e conseguir reagir de maneira positiva, transformar-se. Outro ponto é o autoconhecimento, não como uma autoajuda, mas como uma capacidade de se reinventar, de se mobilizar e de fazer escolhas cada vez mais consistentes com o cenário, com o que a pessoa quer, seus valores e aquilo que ela acredita. Além disso, é importante conseguir refletir sobre impactos de uma decisão, pois raramente existe “um certo e um errado”. E por último, é a capacidade de criar conexões, muito mais do que se relacionar somente, mas se conectar com a equipe a qual pertence, com a liderança com que trabalha e com possíveis clientes e consumidores.
Além dessas características, a própria lógica da educação básica é prejudicial para o futuro do jovem. “Na escola, muitos estudantes aprendem que vão conseguir passar para a próxima etapa se ficarem na média. Porém, ficar na média no mercado de trabalho não é suficiente”, afirma Habimorad. Um outro aspecto é que os problemas no mundo do trabalho não são divididos em disciplinas. Enquanto todo o aprendizado é compartimentado, na vida fora da escola os desafios são multidisciplinares.
“Hoje, boa parte do Ensino Superior é um Ensino Médio sênior, não é um pré-mercado de trabalho. Ele perpetua a lógica do Médio e do Fundamental, sendo que não te dá o que é necessário para a próxima fase. Por isso, as universidades empurram essa responsabilidade para o mercado de trabalho e as organizações, que contratam os jovens, ficam com esse ônus de ensinar as pessoas a trabalharem”, completa a CEO.
Maíra Habimorad estará presente no GEduc 2020 na programação específica para o Ensino Superior.
O GEduc é o maior Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS, empresa que desenvolve capacitações para gestores de universidades e escolas, o evento irá reunir mais de 60 palestrantes e conteúdos inovadores para discutir a “Disrupção na Educação”. Serão cinco dias – de 27 a 31/07 – de imersão às novidades e tendências da área educacional. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link
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